Você já pensou como seria um mundo em plena harmonia e paz? Eu já, e por isso escrevi os versos do poema que batizei de “Zoé”. Se você também acredita em um outro mundo possível, aonde qualquer violência dê espaço ao acolhimento, te convido a mergulhar nesses versos.
Zoé
Se todo banco fosse de sangue
Se todo comércio fosse escambo
Se toda fábrica fosse de cultura
Se todo velho fosse antigo
Se todo fim fosse recomeço
Se todo tempo perdido fosse encontrado
Se toda religião fosse poesia
Se toda quadrilha fosse o poema
Se toda divisão fosse a partilha
Se todo olhar fosse ver
Se todo ouvir fosse escutar
Se todo chefe fosse indígena
Se toda bruxa fosse D’arc
Se todo ditador fosse Chaplin
Se toda prostituta fosse Madalena
Se todo tapa fosse claque
Se todo choro fosse música
Se toda queda fosse cascata
Se toda briga fosse luta
Se toda bala fosse caramelo
Se todo sequestro fosse de carbono
Se todo canhão fosse de luz
Se toda arma fosse de sabão
Se toda guerra fosse de travesseiro
Se toda sede fosse de saber
Se toda fome fosse de justiça
Se toda fumaça saísse da panela
Se toda obra fosse arte
Se toda dor fosse saudade
Se todo amor fosse verbo
E se todos fossem, no mundo, iguais a vocês…
Sobre o autor
Escrito por: Vitor Ramos
Poeta, músico, massoterapeuta, escutador e brincante no quintal do mundo
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